30 junho 2010

Ex-mulher é bicho escroto...

Alguém já teve um relacionamento com um carinha que junto com ele tinha uma sombra negra? não estou falando de vultos, ou almas penadas (apesar de achar que essa criatura seja uma alma penada), falo da figura da EX (seja ela ex-mulher, ex-namorada, ex-ficante). A ex geralmente é feita de uma mulher que está decepcionada com o fim do relacionamento, mas não entende que esse relacionamento findou.
Pior do que uma ex no seu pé, é quando ela vem acompanhada de um filho, ai é que a coisa complica. Quem no mundo não carrega uma pedra ou mais no sapato? E a vontade mais latente dentro de nós em relação a isso, com certeza, é de retirar essa bandida e arremessá-la o mais longe possível de preferência para fora do planeta. Com a ex do seu marido ou namorado pode acontecer a mesma coisa: um ávido desejo de vê-la entrando em órbita e de preferência numa galáxia bem distante. Mas, infelizmente, isso não passa de um sonho com poucas chances de realização, porque a quantidade de ex que exerce a função de astronauta é ínfima. Então, a solução mais pé no chão é tomar altas doses de digestivos psicológicos e tentar engolir.

Eu mesma passeio por um momento chato com a ex do meu atual, e como eu não sou acostumada a bater boca com pessoas que tenham uma educação inferior a minha (para não se igualar), deixei que ela gritasse, e xingasse, e até me ameaçasse de quebrar minha cara, já que fazia bem a ela. No entanto, parece que a baixaria dela venceu, até porque diferente de mim, ela tem um filho com o meu atual, quer dizer será uma pedra no meu sapato até o fim dos meus dias (se me permitir incomodar).
A figura da ex assombra qualquer mulher... não há alguma que não reclame da aparição desse vulto na vida do namorado/marido, sempre há aquela neura de que os dois podem reatar.
Quer seja recente, quer tenham passados muitos anos, com filhos, sem filhos, a ex-mulher é como problema no joelho: nunca cura e sempre incomoda. E, por favor, poupem-me da hipocrisia, da cretinice dos que dizem: “Terminamos o casamento civilizadamente, somos bons amigos.” Ou: “Convivemos pacificamente, queremos o bem um do outro.” Há ainda os mais polidos - cummulus estultitiae - que até convivem com os eventuais parceiros da ex. Sejamos francos: não há relação possível com a ex-mulher e com tudo que está á sua volta. Ela é simplesmente o espelho do fracasso da relação e, convenhamos, não é agradável olhar pra isso. A relação (curta ou longa, não importa) que tanto e tão cansativamente nos forçaram a discutir. Que general voltaria com prazer à cena da guerra que perdeu? Assim, a ex-mulher é o nosso Retrato de Dorian Gray, um espólio terrível que nos denuncia. Sinônimo de perda, de tempo jogado fora.
 O melhor é nunca falar com a ex-mulher. Entretanto, exceto nas ocasiões judiciais, se tiver que passar por tão cruenta tortura, caro leitor, NUNCA DIGA: “Como você está bem!” Isso inflaria o seu ego, além de, como em todas as cordialidades, não resultar em nenhum retorno concreto. “Como vai indo, como vão as coisas?” Outra inútil gentileza. Você não quer saber, não se importa, então por que indagar? “Meus negócios vão indo bem.” A pior frase. Ela imediatamente pedirá aumento de pensão. “Já arrumou alguém?” Seria uma confissão de fraqueza ou reconhecimento de culpa. Não fale de trabalho, dos seus projetos. Ela trará má sorte. Ex-mulher é estrada cheia de cruzes de acidentes, nefasta. Evite tal caminho. A propósito, sequer ofereça-lhe uma carona. Na certa haverá uma blitz rodoviária logo à frente que te arrancará algum dinheiro. Em nenhuma hipótese peça perdão por qualquer coisa do passado. Lembre-se do velho lema: semper negare. Afinal, nossas pequenas falhas, como as saídas com os amigos, não usarmos o banheiro como elas querem que usemos, sermos levemente desorganizados e outras tantas são, na verdade, nossas reais qualidades. Há mistérios insondáveis na alma feminina. Isso não é só um clichê. Por exemplo: se são ambas mulheres, sua ex-mulher e sua namorada, como tais “defeitos” nossos são vituperados por uma e não são nem percebidos pela outra? Não tente solucionar tal enigma. Contente-se em ter a segunda nos braços, linda, instigante, sem TPM, neurose de limpeza, noites sexuais insípidas, implicância com os amigos, com o álcool, com o futebol, enfim, toda a entourage sombria que acompanha a lastimável medusa: a ex-mulher!!! Everton Alencar

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