02 junho 2011

Marias e Josés por uma amazônia des-humanizada

Supostamente escrito por Déa S Melo

Quem é Maria
e quem é José, estampados nos meios de comunicação desta semana, como mais duas
vítimas da violência nos campos da Amazônia?

Quem  são e serão as tantas outras Marias e Josés que não morrem
pelas mãos ou pela “ordem” do poder do capital, porque se rendem a esse poder e
trocam suas terras, seus corpos e suas almas por nada e vão para as margens das
grandes cidades tentar sobreviver e se adaptar à sedutora  esquizofrênica dança do consumo e do
des-envolvimento?

Neste Séc
XXI, vivemos no limiar entre uma Pan-Amazônia “gigante pela própria natureza “ -
que inclui povos e culturas; como diz o hino nacional; e um território-alvo de
mortes anunciadas – de pessoas, de culturas,.de ecossistemas.

Um cenário
de guerra fria que em síntese, envolve política e relação integral com a vida,
num ambiente aparentemente pacífico, mas exibe no palco sem censura, um futuro
irreverssivelmente catastrófico, agora!

Como
revelar, reconhecer e fortalecer  mais, muito mais Marias e
Josés,no campo e também na cidade? Pessoas que dissolvem naturalmente as
fronteiras entre Natureza/Cultura, Razão/ Imaginação, e são verdadeiros
guardiões e guardiãs dessas terras? Como estimular  sujeitos
no processo de consciência de si – de “iguais na diferença?

A falta de
comprometimento com o próprio ambiente, com os valores e saberes ancestrais em
diálogo com o conhecimento científico, com as artes – linguagens humanas,
apontam para um abismo existente entre os povos originários e tradicionais e a
educação formal, não formal e organizações governamentais e não governamentais,
com raras exceções..

A sociedade
gera problemas para si mesma e se vê obrigada diante do inquietante
confronto   com a autodestruição. Uma crise do ser no
mundo, que se manifesta em toda sua plenitude nas dimensões intima e publica,
cada vez que acontecem fatos como os de Maria e José, assassinados há dois dias
em Nova Ipixuna

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