E no meio desse excesso de faltas: falta de sentimentos, de verdade, de empatia, de interesse, de amor, de compaixão... Falta o abraço, o ouvido, o sorriso, o toque, a mão, falta a voz que clama e que chama e falta também, o pão...
Consumimos coisas, descartamos pessoas, poupamos o dinheiro e com ele, poupamos o nosso olhar. Não queremos ouvir, tão pouco enxergar. Nos poupamos do compromisso, da proximidade, da entrega, nos poupamos do outro, sem pensar que se invertermos os papéis, o outro estará no nosso lugar.
Tão atroz quanto não querer ver a quem a nós se assemelha é a incapacidade de se olhar.
Engolimos ideias prontas, mentiras disfarçadas de verdades, reproduzimos discursos e banalizamos a crueldade.
Falamos tanto de sofisticação, mas nos falta apurar os sentimentos, falta, na verdade, usarmos o coração.
Não consigo entender o conceito do "ter", pois, somente, achamos que temos... Eu rio quando penso que a nossa suposta terra, será a nossa eterna dona, depois que morrermos.
Sinto que nesse mundo eu não devo me encaixar, não consigo poupar o que é material, imagina o que recebo de graça, dons e amor foram feitos para gastar.
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