25 junho 2013

De Laphaieth, o Troll das passeatas

por Lafayette Nunes

3ª passeata em Belém. Lá fui.
Desta vez não comecei do começo. Comecei do meio.
Peguei a passeata ali na Dr. Freitas, perto do Ed. Manoel Pinto da Silva.
Menor, mas igual a de Quinta-feira passada: Mesmo cartazes. Mesmos mantras de protestos. Dilma, Neymar, ônibus.
A maior turma era da polícia. Muitos em comparação aos manifestantes.
O MST estava lá de novo. Mesma pauta. Eles estão há anos marchando.
Tinha o MRS. O ANEL. A rapaziada do punk subiu a escadaria do Banco do Brasil e ficou de lá olhando, com os braços cruzados.
Bombas de mil adoidado. É São João.
Todos correndo. Marchando acelerado. Sei lá, talvez por ser Segunda.
Umas faixas enormes. Notei que elas estão mais altas, maiores. Algumas cresceram mais que as outras. Acho que na próxima, as outras irão passar as algumas. Tipo uma competição.
Por falar em competição, notei que os grupos estão lutando por um lugar ao Sol. Mais precisamente por um lugar na frente. Algo como: "Bate a minha foto. Tô na frente".
Adiantei-me e cheguei quase que junto com os campeões da corrida, ops, da passeata. Desta vez estava só, pois meus amigos "revolucionários" estavam ocupados. Os manifestantes foram chegando, chegando e posicionando suas faixas deconfronte ao Palácio "Antônio Lemos". Os grupos específicos foram se acotovelando, buscando um lugar ao luar. Lindo por sinal.
Aí, pararam e ficaram olhando para o Palácio, tipo aquele famoso ditado.
Aí, eu fiquei olhando para os manifestantes.
E eles olhando para o Palácio.
Alguns, como que conversando ou reivindicando algo, ficavam se dirigindo ao Palácio. E ele lá, impávido que nem Muhammed Ali.
E eu, tranqüilo e infalível como Bruce Lee.
Virá alguém falar com eles?
Dei a volta completa no Palácio. Todo fechado. Nem uma viva'lma. Só a PM, os manifestante e os jornalistas.
E eu.
Deram "um tapa" em um celular de repórter da Cultura. Correira. A PM prendeu o cara.
Um outro tentou furtar uma mocinha. A PM, no ato, prendeu o bonito.
Um amigo que sabe do traçado me disse que as prisões estavam todas regulares, flagrantes etc.. Nenhuma ilegalidade.
Se continuar assim, mais umas duas passeatas, a PM limpa o Ver-o-Peso.
Tudo na mesma. Uns, cansados, sentaram no asfalto para papear.
Acho que isto está virando algo como: "Ei, vamos dar um rolé? Pra onde? Ah, tem aquela passeata! Vamos nessa".
De repente, sem que nem, nem pra que, um abestalhado-insano-energúmeno-idiota joga um coquetel Molotov na faixada-entrada do Palácio da Prefeitura. Correria.
A PM, para proteger os manifestantes, afasta-os do local. Um outro manifestante atira uma bomba caseira na PM.
A PM deve ter pensado: "Ei, o inferno são os outros! Nosso soldo nem é lá esta Coca-cola toda! E, Geni é a mãe!"
Os manifestantes voltaram para seus lugares. O Molotov queimou um pouco a coluna atingida. Gente mesmo, não queimou.
Quem queimou mesmo foi maconha.
Muita. THC brincou de pira.
Ali mesmo, na frente da entrada da Prefeitura. Entre o Hino Nacional e o "Ei, Zenaldo tal e coisa e coisa e tal", um grupo de garotos e garotas, alguns com máscaras do Anonymus, botaram uma tora para rolar.
Olhei atras de mim um vucovuco, e, já dentro da praça de frente, um cara tinha caído e tremia e babava: Estava tendo um Bug-Ug (ainda tem Tussiflex pelaí? Ou era Eritós).
E lá estavam as pessoas olhando para o Palácio e falando com ele.
Um cara é preso. Um repórter é xingado: "Repórter viado! Repórter viado!".
Sim, alguns manifestantes concordam com o Feliciano.
Olhei pra esquerda. Olhei pra direita. Estavam todos lá. Misturados.
Aí, uma pessoa me disse que a PM pegou mais quatro Molotov.
Não havia qualquer justificativa.
Vi, ao longe, um mototaxi. Meu carro tinha ficado lá longe.
Pensei: "Um mototaxi é bem menos mortal que um Molotov na mão de um babaca".
Fim. Pelo menos para mim...
"O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO! ...a não ser por ele mesmo.

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